Histórico




1- ORIGEM DAS BANDAS DE MÚSICA EM MINAS GERAIS

Artigo editado e publicado pelo Professor: Messias de Sousa Trindade


Nascida ao redor das igrejas, como as próprias cidades, a música mineira apresenta um estilo tão particular que a torna inconfundível no panorama nacional e internacional. Por mais que se procure descaracterizá-la, ela mantém um cheiro de incenso, um som de campainhas e de sinos coloniais, um ritmo curioso de canto gregoriano, de procissões centenárias, de toadas de mineração, de cerimônias de Semana Santa e de modinhas moldadas em versos que falam até em suave Mondego, rio que banha lusitanas terras de além-mar.

Historicamente, a primeira referência musical em Minas está em 1710, quando a inauguração da Igreja Grande de Sabará levou à contratação de músicos, corais e instrumentistas, numa prática que iria persistir por todo o século XVIII e início do XIX.

Pouco a pouco é possível identificar um mundo novo e não é exagero dizer que, nas vilas mineiras do fim do século XVIII, se fazia uma música tão rica e forte quanto a que se ouvia em Viena, em Dresden, Leipzipg, Berlin ou Paris.

Nomes como os de Emérico Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto, Francisco Gomes da Rocha, Inácio Parreira Neves, Ribeiro Bastos, Manuel Custódio de Almeida, Inácio Silva, José Manuel Xavier, Carlos José Alves, João Feliciano de Sousa, Leandro da Rocha Valle fazem parte, hoje, graças às pesquisas e descobertas da própria história musical brasileira.

Muitos deles integram uma das primeiras entidades de classe do País, as corporações musicais que vendiam seus trabalhos para apresentações durante solenidades religiosas ou oficiais, constituindo, por isso mesmo, em elemento importantíssimo para a formação de nossa própria estrutura social. Foi destas corporações musicais que nasceram as bandas, já no início do século XIX, no fim do período colonial e no amanhecer do País como nação livre. É curioso notar que, mais uma vez, foi ao redor das igrejas que elas surgiram, ampliando, posteriormente, seus horizontes e ocupando espaços até mesmo nas áreas políticas, com as diversas agremiações, e dando-se ao luxo de, cada uma, ter a sua  associação musical.

A tradição mineira está repleta de bandas com nomes pitorescos quase sempre levando o título da padroeira dos músicos. São a Euterpe, a Corporação, a Lira, a União, a Filarmônica, nomes iniciais que escondem, na sua simplicidade, uma gama de fatores poéticos de uma entidade associativa e comunitária. Sabe-se da existência de bandas e não mais de orquestras apenas a partir de 1825 em Minas Gerais, embora existam algumas referências, especialmente nas citações de escritores estrangeiros que visitaram a Província e falam de grupos de músicos mulatos ou negros que tocavam à noite nas fazendas maiores. É, entretanto, a partir de 1825 que as bandas começam a existir tais como as conhecemos: um fator fundamental para a compreensão de nossa sociedade, elemento básico de aglutinação comunitária, escola permanente de formação cívico-social e instrumento permanente de educação artística (FELIPE, 1980, p.02).

É tendo como partida este contexto que se abordará a história de uma destas tradicionais bandas de música do estado de Minas Gerais, a Lira Musical Santa Cecília da cidade de Cláudio. Embora com 50 anos de vida, esconde outros 80 anos aproximadamente de raízes que vêm desde meados da segunda metade do século XIX. Uma história que esconde uma gama de fatores que trouxeram alternativos caminhos para a história e percurso da cidade de Cláudio. Neste cenário, esta pesquisa pretende elucidar as seguintes questões: Qual a importância desta instituição para a cultura da cidade? Qual o seu significado para os jovens músicos de Cláudio? Quais características ela trouxe e transmite aos visitantes a Cláudio nas atividades cívico-religiosas? Que contribuições ela, durante estes aproximadamente 130 anos, deixou para o desenvolvimento musical, social e cultural do município de Cláudio?
Lira Musical Santa Cecília



2- PRÉ-HISTÓRIA: SURGIMENTO ATÉ A 1ª DIRETORIA EM 1924


Em 1860 chega ao arraial de Nossa Senhora da Conceição Aparecida de Cláudio o Padre João Teixeira Pinto que estava com a missão de pastorear a então recém instalada paróquia. Apesar de sacerdote, vivia maritalmente com uma companheira, Luiza Teixeira do Amaral, com quem teve 03 filhos: Israel Teixeira Pinto; Joaquim Teixeira Pinto e Antônio Teixeira Pinto (Toniquinho).

Músico e compositor, Padre João Teixeira Pinto forma um grupo de instrumentistas de sopro por volta de 1875. A principal atividade deste pequeno grupo de músicos eram os trabalhos da igreja, tocando em procissões e Missas. Na década de 1880 o Padre João Teixeira veio a falecer. Sem o líder, o grupo começou a perder seu ideal. Seu filho mais novo, Antônio Teixeira Pinto, o Toniquinho, dá prosseguimento ao trabalho de música iniciado por seu pai. Toniquinho contou com a ajuda do padre João Rodrigues, coadjutor do padre João Alexandre de Mendonça, pároco sucessor de João Teixeira Pinto. Este novo grupo de músico tocou na bênção e inauguração da nova matriz da cidade, erguida em 1895 (Estação Cultura Revista, 2009, p. 02 e 03).

Nos primeiros anos do século XX, este grupo foi crescendo e ganhando forças. No início dos anos de 1910, houve a emancipação política do município e também a construção da Estrada de Ferro Oeste de Minas, aumentando as possibilidades de crescimento populacional e político do município. Nesta época surge um músico que teve um papel importante neste histórico: Israel Teixeira Pinto Filho, neto do Padre João Teixeira Pinto, o primeiro idealizador da banda e sobrinho do Maestro Toniquinho que, inclusive, faleceu nesta época. Israel Teixeira Pinto Filho foi aluno do Padre João Rodrigues que ainda trabalhava na cidade.

No final da década de 1910, já sem a presença de Toniquinho e do Padre João Rodrigues, a banda entra em crise. Foi Quinto Alves Tolentino, comerciante e natural de Lençóis do Rio Verde, estado da Bahia, que se interessou pela cidade e também sua banda de Música e resolveu trazer um Maestro conterrâneo seu: Manoel Félix Rosas. Contudo, a vinda deste Maestro despertou uma rivalidade entre os músicos formados pelo padre João Rodrigues, pelo Toniquinho e alunos do Mestre Rosas. Em meio a esse impasse, o ex-vereador e líder comunitário Geraldino José das Mercês idealiza uma nova banda no povoado de “Rocinha” sob a regência de João Paulo Ferreira, ficando Mestre Rosas com uma banda na cidade e outra com João Paulo no povoado de Rocinha.

Mas tudo passa, a rivalidade também. Os músicos da banda da Rocinha vieram para a cidade de Cláudio e uniram-se com a banda do Mestre Rosas e, em 24 de fevereiro de 1924, foi eleita a primeira diretoria e, formalmente, foi criada a Lira Municipal Claudiense. A diretoria era composta:

Presidente: Pe. João Alexandre de Mendonça
Vice-presidente: José Candido Moraes Castro
Secretário: João Calixto Pereira da Assunção
Vice-Secretário: Ophini Campos
Tesoureiro: José Rodrigues Pereira
Diretor: Quinto Alves Tolentino
Vice-Diretor: Antônio Rocha Santiago
Maestro: Manoel Félix Rosas
Vice-Maestro: João Paulo Ferreira
Orador: Levi Vitor de Freitas

Conselho Fiscal: Custódio Costa
                            Joaquim da Silva Guimarães
                            Domingos da Silva Guimarães
                            Geraldino José das Mercês
                            Francisco Pereira Barroso
                            Israel Teixeira Pinto Filho


Nomes importantes deste período:

- Pe. João Teixeira Pinto – idealizador
- Antônio Teixeira Pinto – dá prosseguimento aos trabalhos do pai (Pe. João Teixeira     Pinto).
- Pe. João Rodrigues – Auxiliador de Antônio Teixeira Pinto e professor de Música da    banda.
- Manoel Félix Rosas – Maestro da banda da cidade
- João Paulo Ferreira – Maestro da banda da Rocinha
- Pe. João Alexandre de Mendonça – 1° presidente



3- A LIRA MUNICIPAL CLAUDIENSE – 1924 A 1959

No final dos anos 20, o Maestro Manoel Felix Rosas volta para sua cidade e entra em cena uma nova figura: Israel Teixeira Pinto Filho. Ele se torna então o novo Maestro. Já vivendo a década de 1930 e toda grande evolução da Música Popular Brasileira e a influência das bandas de Jazz americanas trazidas pelo rádio, não seria diferente em Cláudio e muitas outras cidades, a formação de conjuntos dentro das Corporações Musicais espalhadas pelo Brasil e principalmente em Minas estado com maior número de Corporações Musicais deste gênero (FELIPE, 1980, p 02).

Muitos Músicos de Cláudio de elevado prestígio musical tiveram seu início na Lira Municipal Claudiense, e também muitos grupos nasceram dentro dela; de todos estes conjuntos e músicos desta época, citamos o Clarinetista Inácio Bernardino de Sousa e o Conjunto de Jazz Chica Pronta. A Banda de Jazz “Chica Pronta” foi fundada na década de 30. Era a atração principal do Clube Recreativo “Cláudio Manoel”, criado em 1937 pelos irmãos Batista e Inácio Bernardino de Souza (CARVALHO, 1992, p. 53).

A origem do nome Chica Pronta, segundo um ex-integrante da Banda, Senhor Cláudio Nogueira de Azevedo, era que, quando precisavam de um conjunto para tocar músicas de baile, a Chica Pronta estava sempre à disposição. Não tinha formalidades, era apenas diversão e mostravam amor no que faziam.

Alguns diziam que A Chica Pronta era a Banda dos pobres, do povão, em oposição à orquestra dos Teixeiras que era mais estilosa e sofisticada. Sua atuação se restringe a década de 30, com os seguintes componentes:


Cláudio Nogueira (Clarinete),
Inácio Bernardino de Souza (Saxofone/ Clarinete)
Efraim da Cachoeira (Violão)
Olemar Dias Coelho (Trompete)
Iscramelado (cavaquinho)
Zinho do Batista (Contrabaixo de sopro)                                                                          
Pedro do Batista (Flauta)
Sinuca (bateria)
Roberto Assis Pinto (pandeiro)
Istopim (Cavaquinho)


Alguns nomes em destaque:

Inácio Bernardino de Souza

Inácio Bernardino de Souza, filho de José Bernardino de Souza e Maria de Nazareth de Souza, nasceu na localidade de Gonçalves Ferreira, na época pertencente ao município de Cláudio, em 8 de fevereiro de 1895. Conforme algumas vezes afirmou, seu nome foi uma homenagem a Ignácio Passos, de quem seu pai era amigo.
         
Em 19 de março de 1925, casou-se com Natália Ferreira de Moura Pessim, filha de Manoel Ferreira de Moura e de Maria Thereza Pessim de Moura, indo o casal residir na fazenda dos Brejos, então adquirida por seu pai, onde nasceram os primeiros filhos. Foi em meio à labuta diária da fazenda que acabou por descobrir a vocação inata para a música, passando a solar de ouvido, numa simples flauta de bambu, as canções em voga. Em fase disso, seu pai pagou-lhe aulas de música, na sede do município, dadas pelo Mestre Rosas e para onde se deslocava a cavalo, à noite, após a dura labuta rural.

Na década de 30, mudou-se com a família para a localidade de Cachoeira de Santo Antônio (hoje distrito de Monsenhor João Alexandre), onde atuava como escrivão no cartório, sem, contudo, relegar a sua querida música, dedicando-se ao saxofone e à clarineta. Inexistem, todavia, registros de que tenha composto alguma peça, nesse período.

Por volta de 1939, veio com a família residir na sede do município, para trabalhar na Coletoria Regional, inicialmente como escrivão e, depois, cargo que exerceu até a aposentadoria, em 1960. Passou, então, a compor, com especial predileção para a música popular brasileira, variáveis gêneros (valsa, rancheira, samba, samba choro, marcha, marcha fúnebre), algumas sem data.

Com sua orquestra sempre se apresentou nos bailes e carnavais de Cláudio e de cidades vizinhas (Itaúna, em 1939). Na década de 50, esteve em Belo Horizonte com alguns músicos da orquestra, convidados para um casamento, quando gravou um disco, conforme afirmava, provavelmente de 78 rotações, sem possuir cópia.

Aos poucos, foi diminuindo sua participação nos festejos claudienses. Apenas esporadicamente reunia os antigos companheiros em casa, ou nas serestas, para lembrar os velhos tempos, ou a pedido de saudosos da sua arte (SOUZA, 2011, p.01).



Cláudio Nogueira de Azevedo

                                                        Sr. Cláudio Nogueira e Esposa
                                                                      D. Julia Nogueira

De acordo com os documentos do acervo histórico da Sociedade Musical, Cláudio Nogueira Azevedo nasceu em Cláudio , no dia 11 de fevereiro de 1912, numa família de sete irmãos. Freqüentou pouco tempo a escola, até a 4º série do ensino fundamental. Desde cedo, começou a trabalhar com seu pai, João Nicolau Nogueira, com quem aprendeu as profissões de carpinteiro e marceneiro. Quando ainda jovem, ia a pé e chegava aos locais de trabalho (casas, fazendas, onde exercia a carpintaria), tão logo o sol nascia, e ficava lá até o pôr-do-sol, horário de encerrar o expediente e voltar pra casa. O dinheiro que recebia era repartido com sua mãe, Maria Nogueira, para ajudar nas despesas da família.
            
Também encontrava tempo para o lazer. Era moço frequentador de bailes, quando ia tocar violão e dançar. Aos 23 anos, conheceu, namorou e se casou com Júlia, aos 10 de novembro de 1935, com quem teve 9 filhos e conviveu durante 71 anos.

Cláudio era um homem inteligente e sensível. Logo após se casar, interessou-se por música, que aprendeu com Israel Teixeira Pinto Filho. Autodidata, conseguiu tocar 10 instrumentos musicais, mas sua maior afinidade foi com a clarineta. Sua sensibilidade às necessidades da comunidade levou-o a participar da conferência São Martinho, da qual foi membro por mais de 50 anos.
            
Nos anos de 1940, Israel Teixeira Pinto Filho, também conhecido como Lé, estava com a Lira Municipal Claudiense a “todo vapor”, com músicos de grande relevo musical como, por exemplo, seus filhos José Teixeira da Cunha e João Teixeira da Cunha que, futuramente, se tornariam músicos militares em Belo Horizonte. Mas também tinham bons alunos como Antônio Lino, João Maria, José Gomes, Geraldo Tito Martins e, principalmente, Cláudio Nogueira de Azevedo que, a partir de 1945, se tornaria o novo Maestro desta corporação.

O Maestro Israel Teixeira, a pedido de Dona Tininha, esposa do Sr. Manoel Gonçalves, que residiam em Monsenhor João Alexandre, distrito pertencente ao Município de Cláudio, foi lecionar aulas de Música para a formação de uma corporação musical, passando, em 1945, para Cláudio Nogueira de Azevedo a regência da Lira Municipal Cláudiense.

Israel Teixeira Pinto Filho e seus filhos, agora também com seu caçula Israel Teixeira da cunha, o Lesinho; e os alunos Waldomiro Ribeiro, Benone Ribeiro, José Xavier Gonsalves, Crispim Rodrigues de Oliveira, Jésus Rodrigues, Israel Teixeira Neto, José Silvério, Joaquim Gonsalves Senra, Antonio Gonsalves Senra, José Pereira e João Carpina Neto, o Barbudo, que futuramente se tornaria o líder deste grupo, formam uma nova corporação.

Na cidade, Cláudio Nogueira conduzia a Lira Municipal e, em Monsenhor João Alexandre, Israel Teixeira Pinto Filho conduzia a Banda Santo Antônio.

No início dos anos de 1950 faziam parte da Lira Municipal, além do regente Cláudio Nogueira, os músicos: Canjinho, Crispim, Galdino Gonçalves, Afonso da Negrinha, Tonho do Lino, Casildo de Sousa, Neném do Elpídio, Jorge Marcelino, Benone Ribeiro, Zé Mulata, Noninha, Moisés Ribeiro, Inácio Bernardino, Zé Vitorino Elias Basílio, Dongó e Tiúca.
Com a morte de Israel Teixeira Pinto Filho, em 1954, a Banda Santo Antônio se extingue e seus membros vão para Cláudio e se unem com a Lira Municipal Claudiense, agora sob a liderança de João Carpina Neto, o Barbudo, e também Israel Teixeira da Cunha, o Lesinho.

Após 1956 conseguiram um lugar fixo para ensaios, que antes aconteciam em momentos oportunos nas casas dos músicos. Os ensaios eram na Rua do Comércio, hoje Rua Belo Horizonte, no número 196 (Estação Cultura Revista, 2009, p. 12).

É evidente que a performance desta corporação, agora com um local de ensaio,  melhorou, e também o nível prático dos músicos. Nesta época nasce um importante grupo de bailes de festas e carnavais que marcariam inúmeras gerações vindouras. Liderado pelo Israel Teixeira da Cunha, o Lesinho, surge o grupo “Inspiracion”, também conhecido popularmente como “Conjunto do Lesinho”. Formado pelos componentes da Lira e também cantores e percussionistas convidados. Tocavam de tudo, de serestas até bailes de carnaval.

Em 1958, Barbudo e Lesinho, juntamente com os membros da Lira Municipal, fizeram uma grande campanha para arrecadação de fundos para compra de novos instrumentos: Contrabaixo, Souzafones, Bombardinos, Trombones, Trompetes, Sax-horns, Saxofones e Clarinetes, além de materiais de expediente, uniformes e materiais para manutenção de instrumentos.

E, finalmente, após aproximadamente 84 anos, foi fundada e registrada com o nome de Lira Musical Santa Cecília, em 01 de maio de 1959. São nomes marcantes deste período:

- Israel Teixeira Pinto Filho – Assume a regência após a saída do Maestro Félix Rosas, criador da Banda Santo Antônio em 1945.
- Cláudio Nogueira de Azevedo – Regente da Lira Municipal Claudiense a partir de 1945.





Desfile de inauguração da Lira Musical Santa Cecília em 1º de maio de 1959
Maestro João Carpina Neto (Barbudo)
(Rua Belo Horizonte).

4- HISTÓRIA: FUNDAÇÃO E INAUGURAÇÃO DA SEDE – 1959 A 1971.

Em primeiro de Maio de 1959 - A Lira Municipal Claudiense se transforma na Lira Musical Santa Cecília.

Nesta ocasião foi feita uma reunião e os assuntos abordados, pelo então provisório líder Israel Teixeira da Cunha, o Lesinho, além do assunto principal, que era a eleição da diretoria para o pleno registro, ainda foram abordados: leitura e explicação dos Estatutos e assuntos gerais. João Carpina Neto foi indicado por Israel Teixeira para assumir a presidência da Lira Musical em virtude de seus esforços e dedicação pela mesma, e também pela competência e que na realidade, já vinha exercendo esta função, sendo eleito unanimente. Agora, João Carpina Neto indica Israel Teixeira da Cunha para diretor e da mesma forma, unanimente, é eleito.


Ficou desta forma constituida a primeira diretoria:

Presidente e Regente: João Carpina Neto – Barbudo
Vice-Presidente: Geraldo Felisberto Rodrigues – Orgulho
Diretor e Sub-regente: Israel Teixeira da Cunha – Lesinho
Vice-Diretor: José Luis de Sousa – Noninha
Secretário e Orador: Emílio Jorge Antônio
Vice-Secretário: Oscar Luis Gonçalves
Tesoureiro: Crispim de Oliveira Rodrigues
Procurador: Alcides Gabriel dos Santos
Conselho Fiscal: Jair Geraldo Nogueira
                            Elias Felizardo da Cruz
                            Jorge Marcelino Gonçalves
Suplentes: Antônio Gonçalves
                   Lúcio Flávio de Assis Castro
                   Geraldo Magela Barbosa
                   José Maria Neves.
           
O motivo principal desta eleição foi a formalização devida da corporação para o pleno proveito de verbas e subvenções municipais, estaduais e federais destinadas às corporações; o nome foi uma homenagem à Santa Cecília, padroeira dos músicos.

Nos primeiros anos da década de 1960, faziam parte da Lira Musical Santa Cecília os músicos, nos respectivos instrumentos:

 Clarinetes: Cláudio Nogueira,
                   Jair Geraldo Nogueira,
                   Jorge Marcelino (Requinta)

Trompetes: Alcides Gabriel
                   Lúcio Flávio         

Saxofones: Israel Teixeira
                   Nenén do Elpídio
                   Casildo
Trombones: José Luiz
                    Israel de Sousa
Sax-Horns: Antônio Gonçalves
                    Lucas da Flumininha
                    José Maria da Flumuninha
                    Canjinho

Bombardino: João Carpina

Souzafones: Geraldo Felisberto
                     Caiçara

Percussão: Dongó (Bombo)
                   Corujinha (Tarol)
                   Élcio de Sousa (Pratos)
           

No acervo histórico da Sociedade Musical consta que até o final da década de 1960, houve as seguintes alterações: Lúcio Flávio muda do Trompete para o Trombone; Casildo não integra mais a corporação juntamente com Geraldo Felisberto e Caiçara nos Sousafones, sendo os dois últimos substituídos por Geraldo Coronel e Poeira; e um novo clarinetista: Alcir Notini.


Israel Teixeira da Cunha – Lesinho

                                                        Lezinho e sua Esposa Dona Naná


 Israel Teixeira Teixeira da Cunha (Lezinho) era uma pessoa muito carinhosa, sensível e amiga. Seus pais, Israel Teixeira Pinto Filho (Sô Lê) e sua mãe, Maria da Conceição, pensavam que o oitavo filho não conseguiria sobreviver. Era tão frágil! Mas Lezinho venceu a mortalidade infantil da época. Eles já haviam perdido seguidamente três filhas após o primeiro aninho de vida e quase não acreditavam naquela vitória.

Lezinho tornou-se então o centro das atenções dos pais e irmãos: José, João, Maria e Marineta. Vovô Israel e Vovó Maria (Dinha) ajudaram muito. Logo cedo manifestou a vocação musical, religiosa e profissional. A flauta foi seu primeiro instrumento. Primos e vizinhos também tinham que tocar flauta. Como Sô Lê era professor de música, não foi tão difícil formar uma “Bandinha de Flautistas”.

Os flautistas e as irmãs formavam o coral, Marineta, nascida depois dele, era sua assistente. Mensalmente havia “Missa Festiva”, com convidados especiais. Monsenhor João Alexandre comparecia, para avaliar o latim das crianças. Vovô Israel, Dinha, tios: Venico, Jesus, Efraim, Vicente, José Olívio; tias: Cicinha, Maria, Luiza, Fida; vizinhos, primos e primas viam-no de batina, brincando de celebrar, dar a comunhão (fatias de biscoito de polvilho), ouviram o sermão (repetição do que pregava Mons. João Alexandre). Após a missa, era servido um lanche. Lezinho ocupava a cabeceira da mesa, pois, a essa altura, já era Bispo.

Lezinho cresceu e viveu cercado por parentes muito humanos, ouvindo e aprendendo música com o pai, participando de uma festa constante na casa dos pais e avós, onde cada membro mostrava sua arte como artesãos, músicos, cantores e evangelizadores. Casou-se com Nair T. Cunha (Naná) em 23 de dezembro de 1952. Outra grande paixão de Lezinho era o carnaval. Muitas gerações cantaram e dançaram ao som de sua música. Serenatas... Quem não lembra! Joguinhos de pôquer eram semanais e havia limite, pois era diversão e não perdição. Participou ativamente da construção da sede da Lira Musical Santa Cecília e na compra de instrumentos (CUNHA, 2011, p.12).


João Carpina Neto – Barbudo


                                                João Carpina Neto - Barbudo

João Carpina Neto nasceu no município de Claudio, no povoado de Machadinho no dia 14 de março de 1931. Filho de Francisco Rodrigues de Oliveira e Izabel Maria de Oliveira, o terceiro filho em uma família de 11 irmãos.

Passou sua infância e o inicio da adolescência na comunidade da Cachoeira (Monsenhor João Alexandre) onde começou a aprender contra baixo com seu professor Israel Teixeira Pinto Filho em 1945, lá fundaram uma banda: Banda Santo Antonio. Mudou-se para Cláudio em 1955, onde fundaria a Lira Musical Santa Cecília, juntamente com os músicos da Banda Santo Antonio em 1959.

Casou-se em 1961 com Dorídes Machado de Oliveira, tiveram 3 filhos, Francisco Renan Machado de Oliveira , Carlos José Machado de Oliveira e Izabel Maria Machado de Oliveira.
    

5- PRESIDÊNCIA E REGÊNCIA DE JOÃO CARPINA NETO. 1971 A 1988.

                                         Apresentação da Lira Musical Santa Cecilia em sua
                    Sede atual no dia 07 de novembro de 1971, sob a Regência de João Carpina Neto.


A sede provisória na Rua Belo Horizonte, número 196, era utilizada para os ensaios e arquivamento de instrumentos e partituras. No entanto, não seria possível a continuação das atividades da banda naquele local. Com muito esforço e dedicação, conseguiram um lote doado pela Prefeitura Municipal através do Prefeito Múcio Guimarães Tolentino. Este lote de 240 metros quadrados está localizado na Rua Lambari, 63 Centro. Doado no ano de 1969, começaria uma grande jornada de busca de recursos e ajudas para o levantamento do prédio.
           
Em 1970, o Lions Clube se interessa em formar uma parceria com a Lira Musical e juntos dividiram o prédio para suas reuniões. O Maestro João Carpina Neto, presidente e também líder das obras, confessou que não tiveram dificuldades em angariar fundos e recursos para a construção. O povo de Cláudio se mostrou solidário e todos abraçaram a causa.
           
E, finalmente, em 07 de Novembro de 1971, o prédio ficou pronto e, com a bênção do Vigário Pe. Manuel da Cruz Libânio e em seguida cortada a faixa inaugural pelo presidente João Carpina, a população e os músicos puderam conhecer a nova sede. Na entrada a Placa com os dizeres: “Sede da Lira Musical Santa Cecília, construída pelo povo de Cláudio através do Lions Clube” (CARVALHO, 1992, p.53).

Os músicos que tocaram na inauguração e fizeram parte dos primeiros anos da década de 1970 eram:
Clarinetes: Cláudio Nogueira,
                    Jair Geraldo,
                    Alcir Notini,
                    Jorge Marcelino (Requinta).

Saxofones: Israel Teixeira,
                   Nenén do Elpídio
Trompete: Alcides Gabriel

Trombones: José de Sousa
                      Israel de Sousa
                      Lúcio Flávio

Sax-Horns: Antônio Gonçalves
                     José Maria da Flumininha
                     Lucas da Flumininha
                     Canjinho
Bombardino: João Carpina Neto

Souzafones: Geraldo Coronel
                      Poeira

Percussão: Manoel Senra (surdo)
                    Élcio de Sousa (Pratos)
                    Tibrau (Bombo)
                    Ganga (Tarol)

A sede da Lira é formada por uma fachada estilo “futurista”, com um alpendre à frente, um grande salão para ensaios, dois banheiros, um pequeno quarto para o arquivo, uma sala para guardar os instrumentos e uma cozinha.
           
A partir da década de 70 a Lira Musical começou a receber um pouco mais de atenção dos poderes públicos. Acreditamos ser pelo reconhecimento do grande papel cultural desempenhado pela mesma ao longo dos anos: um serviço solidário e comunitário. Algumas subvenções são registradas nos seus históricos, embora pequenas essas ajudas, porém importantes para o grupo.  A inscrição estadual da Lira Musical é isenta, por se tratar de uma entidade filantrópica, consequentemente todos os seus cargos não são remunerados, todos os músicos são voluntários e tocam pelo pleno prazer da Música.
           
As principais despesas da Lira Musical são água e luz, e cada músico cuida de seu material (instrumento). As subvenções, em alguns poucos anos que receberam, foram usadas para a compra e reforma de instrumentos. Então era necessário em algumas festividades, como acontece até os dias atuais, cobrar uma pequena taxa, para ajudar a custear eventuais despesas (água e luz). O restante do dinheiro era dividido entre os músicos que participaram de tais tocatas.
           
Não existia em Cláudio uma escola de Música, e a única opção por muitos anos em nossa cidade, como também em várias cidades mineiras, de aprender música e tocar um instrumento era nas corporações musicais. Na Lira Santa Cecília a preocupação de formar novos músicos para a constante renovação não foi levada a sério ou até mesmo não questionada pelo grupo. Foi Cláudio Nogueira de Azevedo talvez o único a perceber que os anos iriam passar e novos músicos teriam que chegar. Em sua própria residência e sem nenhuma remuneração, ensina música para jovens interessados em participar da corporação. Inclusive a maioria dos músicos da Lira Musical são alunos de Cláudio Nogueira como: Jair, Jorge, Alcir Notini, Alcides, José de Sousa, Israel de Sousa, Lúcio Flávio, Antônio Gonçalves, entre outros...
           
Em 30 de abril de 1982 é realizada a segunda reunião. Desde 1° de maio de 1959, durante as reuniões, não são lavradas as atas. Esta segunda reunião, depois de 23 anos, teve como pauta a eleição da nova diretoria, que segundo o estatuto tem que ser renovada a cada três anos, mas pode-se ver em nosso histórico que outros tantos anos passaram sem a realização de uma nova ata.
           
Acredita-se que isso se deu pela simplicidade dos músicos. Naquela época, como acontecia em outros lugares, as reuniões e quem sabe até mesmo as eleições ficam simplesmente nas conversas. Valorizavam-se os acordos verbais. Hoje os tempos são outros, e tudo tem que ser registrado, e as reuniões têm que manter um determinado intervalo. Não que eles não se reuniam, ou não tinham problemas; resolviam as coisas com mais simplicidades. Nesta reunião foi reeleito o presidente e regente João Carpina Neto.
           
Em meados da década de 1980, Tancredo de Almeida Neves (1910-1985) natural de São João Del-Rey , casado com uma claudiense, Risoleta Tolentino Neves (1917-2003), candidato a presidente da república, dando um fim a 21 longos e sofridos anos da Ditadura Militar, iria tomar posse no dia 15 de março de 1985. Várias Corporações Musicais de todo país, principalmente de São João Del-Rey, estiveram presentes na capital Brasília, e uma destas bandas era a Lira Musical Santa Cecília de Cláudio, que foi convidada especialmente para a cerimônia de fim trágico, de posse do novo Presidente da República do Brasil. Para este evento foi feito um uniforme de Gala especial e unicamente usado, com blazer e caps. Muitos músicos que foram a Brasília ainda guardam este uniforme com grande satisfação (Estação Cultura, 2009, p. 19).
           
Em agosto de 1987, o Maestro e Presidente da Lira Musical, João Carpina Neto, renunciou seus cargos, alegando grande falta de compromisso dos músicos para os eventos da entidade. Várias pessoas amantes da Lira Musical perceberam o fim dessa, e não mediram esforços para ajudá-la. Foram de casa em casa dos músicos e pediram que este trabalho não parasse. E foi então marcada uma reunião para o dia 21 de fevereiro de 1988 na residência do Vice-Presidente e Vice-Regente Israel Teixeira da Cunha. Foi eleita a nova diretoria:

Presidente: Dr. Décio Notini de Freitas
Maestro: Cláudio Nogueira de Azevedo
Diretor: Geraldo Tito Martins
Tesoureiro: Alcides Gabriel dos Santos
Secretária: Nair Tavares da Cunha


E também foram destacados os nomes dos incentivadores que auxiliaram a banda contra o seu fim: José Gregório Sobrinho; Maria do Rosário Gregório; Ana Alves Martins; Raimundo Pontes; Conceição Fialho.


6  REGÊNCIA DE CLÁUDIO NOGUEIRA – 1988 À 1995

            
                 Apresentação da Lira Musical Santa Cecilia no dia 31 de agosto de 1990 tendo 
                                            como Regênte o Sr. Cláudio Nogueira de Azevedo.

No fim da década de 1980 eram membros da Lira os seguintes músicos:

Clarinetes: Cláudio Nogueira
                    Jair Geraldo
                    Juceli
                    Jorge Marcelino (Requinta)
Trompete: Alcides Gabriel

Saxofone: Israel Teixeira da Cunha
Trombones: Israel de Sousa
                    Lúcio Flávio
                    Cleidimar

Bombardino: João Carpina Neto

Sax-Horns: Antônio Gonçalves
                   Luís Evangelista
                   Leovirgílio Menezes

Souzafones: Geraldo Coronel
                    Poeira

Percussão: Ganga (Tarol)
                  Ricardo (Bombo) 
                  Élcio (Pratos)

           
Juceli Gonçalves Dias foi a primeira mulher, que se tem registro, a fazer parte da Lira Musical Santa Cecília como instrumentista. Clarinetista e aluna de Cláudio Nogueira, entrou na corporação em 1988, permanecendo por dez anos até 1998.
           
Nos primeiros anos da década de 1990, houve o acréscimo de um novo músico que se tornaria no futuro o novo mestre da Lira Musical: Lucas de Sousa Trindade, Clarinetista,  foi aluno estimado de Cláudio Nogueira de Azevedo.
           
As principais apresentações da Lira Musical desde o início ainda no século XIX, se limitava, quase que na sua totalidade, aos trabalhos da igreja Católica como:

- Festa de São Sebastião – Janeiro
- Festa de Semana Santa – Abril
- Festa de São José – Maio
- Festa de Pentecostes – Maio
- Festa de Corpus Christi – Junho
- Festa de Santo Antônio – Junho
- Festa de São Cristóvão – Julho
- Festa de São Vicente - Setembro
- Festa de Nossa Senhora Aparecida - Outubro
- Festa de São Geraldo – Outubro
- Festa de Santa Cecília – Novembro
- Festa de Nossa Senhora da Conceição – Dezembro

E também tocatas em comunidades rurais com seus respectivos padroeiros. A partir desta nova década de 1990 começaram a surgir apresentações cívicas e culturais, ampliando e renovando o quadro do repertório que antes se limitava a Marchas, Dobrados e Hinos Religiosos.
           
Em 12 de novembro de 1993 é realizada a quarta reunião para a eleição da nova diretoria e ficou assim determinada:

Presidente: Israel Teixeira da Cunha
Vice-Presidente: Lucas de Sousa Trindade
Diretor: João Paulo Araújo Costa
Vice-Diretor: José Neves de Sousa
Secretário: Crispin Rodrigues Oliveira
Vice-Secretário: Nair Tavares da Cunha
Tesoureiro: Alcides Gabriel dos Santos
Maestro: Cláudio Nogueira de Azevedo
Sub-Regente: João Carpina Neto


Em março de 1994 ouve o falecimento de Israel Teixeira da Cunha, o Lesinho, filho do Mestre Israel Teixeira Pinto Filho, sobrinho neto do Mestre Antônio Teixeira Pinto e bisneto do primeiro idealizador, Pe. João Teixeira Pinto, quatro grandes músicos que desempenharam um enorme e importantíssimo papel, não somente na Lira, mas na história musical do município de Cláudio, acrescidas também pelos irmãos de Lesinho, que não mediam esforços para ajudar a cidade de Cláudio através da música: João Teixeira da Cunha, Tate e José Teixeira da Cunha, zezé.
           
Após as festividades da Semana Santa do ano de 1995, consta nos registros do acervo histórico da sociedade musical que Cláudio Nogueira com 83 anos de idade, dos quais aproximadamente 60 anos dedicado à música, confessa que se sente cansado dos trabalhos e pede um afastamento da regência, continuando apenas como clarinetista. Diante da impossibilidade de alguém assumir esta função, o prefeito em exercício, Antônio Gonçalves Prado, contrata o Sargento-Músico Idmar Ferreira de Moura. Em 07 de julho de 1995 é realizada a quinta reunião para a escolha da nova diretoria, assim foi o resultado:

Presidente: Lucas de Sousa Trindade
Vice-Presidente: Cleidimar Fernandes
Diretor: João Paulo Araújo Costa
Vice-Diretor: Raimundo Pontes
Secretário: Crispim Rodrigues
Vice-Secretário: Nair Tavares da Cunha
Tesoureiro: Alcides Gabriel dos Santos
Maestro: Idmar Ferreira de Moura
Sub-Regente: João Carpina Neto

7 REGÊNCIA DE LUCAS DE SOUSA TRINDADE – DESDE 1996

            Lira Musical Santa Cecilia em apresentação na cidade de  Bom Despacho - MG
                     em setembro de 2004 (Encontro de Bandas), tendo como Regênte 
                                                 o Professor Lucas de Sousa Trindade.

A contratação do músico-militar Sargento Moura não perdurou por muito tempo. Em janeiro de 1996 estavam os músicos na mesma aflição que há 07 meses atrás. Quem assume a regência? Em meio a este impasse, Lucas de Sousa Trindade se propôs a assumir também a função de regente, visto que já era o presidente, por uns foi bem aceito e por outros não, que acabaram abandonando a corporação. Lucas não se intimidou e deu prosseguimento aos trabalhos de ensaio para a Semana Santa de 1996.
           
O Sargento Moura deixou 05 alunos com instrumentos em fase de aperfeiçoamento, e Lucas os utilizou pela falta dos outros. São eles: Vagner e Wilson (Clarinetes), Alexandre (Trompete), Kelly (Saxofone) e Marcelo (Sousafone). Naquele ano de 1996 esta foi a formação:

Clarinetes: Lucas
                   Juceli
                   Vagner
                   Wilson

Trompete: Alexandre

Saxofones: Luís Evangelista
                   Kelly

Trombones: Cleidimar
                    Israel de Sousa

Sax-Horn: Leovirgílio

Souzafone: Marcelo

Percussão: Ricardo (Bombo)
                   Ganga (Tarol)
                   Daniel (Pratos)

Após a Semana Santa daquele ano, o Maestro Lucas forma turmas de jovens interessados em ingressar na corporação musical. Nasce então a “Escola de Música Santa Cecília”. Desta primeira turma fizeram parte vários alunos, entre eles Messias de Sousa Trindade,  editor deste histórico e irmão de Lucas e que, futuramente, se juntaria com ele nos trabalhos da Lira.
           
Em 1997 Lucas conseguiu estabilizar a Corporação, e aqueles que se afastaram quando ele assumiu a regência, voltaram e foi realizada uma reunião para eleição da nova diretoria que teve como resultado:

Presidente: Cleidimar Fernandes
Secretário: Heloísa Mitre
Tesoureiro: Luís Evangelista  

           
Em 1998, as aulas de Música aconteciam somente à noite em virtude de Lucas ter outra ocupação, porém o prefeito em exercício Geraldo Ferreira Vaz, autorizou a contratação do Maestro, que agora podia dar total atenção à escola. O número de jovens interessados em estudar música cresceu; e até o ano de 2000 seriam mais de 20 jovens com menos de 20 anos integrando a corporação. Foi a maior renovação de músicos da história da Lira Musical Santa Cecília.
           
O repertório era novo e moderno, e apresentações culturais aconteciam com grande freqüência, músicas populares brasileiras e internacionais passaram a ter preferência no repertório da Lira por se tratar de uma banda jovem; sem esquecer, é claro, de Dobrados e Marchas. A compra de uma bateria e instrumentos de percussão novos foi feita para o melhoramento cada vez mais da performance da Banda. Vários encontros de Bandas em cidades vizinhas e em Cláudio fizeram o povo conhecer nossa Lira fora do Município. A Banda de Música abrilhantou festividades de várias espécies em cidades vizinhas como: Arcos, Bom Despacho; Itapecerica; Carmo da Mata; Carmo do Cajuru; Divinópolis; Itaúna e até mesmo nossa capital Belo Horizonte, onde apresentou várias vezes.
           

Em meados da década de 2000, o presidente em exercício era o Saxofonista Vagner Senra e sua irmã Vanda Senra a tesoureira e também Saxofonista; secretária Heloísa Mitre. Faziam parte da Lira Musical Santa Cecília:

Clarinetes: Cláudio Nogueira
                   Jorge Marcelino
                   José Augusto
                   Luís Sérgio
                   Tales Rabelo
                   Isolina
                   Eunice
                   Tânia
                   Élvia

Trompetes: Marcel
                    Silvio
                    Érique

Saxofones: João Paulo
                   Vanda
                   Vagner

Sax-Horns: Tales Mitre
                     Leovirgílio
                     Antônio Gonçalves

Trombones: Cleidimar Fernandes
                      Ezequiel
Bombardinos: Messias Trindade
                          Lindomar

Tubas: Eduardo
             Daniel
             Luís Evangelista

Percussionistas: André
                            José Libério
                            Camilo

Regente: Lucas de Sousa Trindade

A partir de 2005 começa um trabalho com canto Lírico e Orquestra de Câmara, ampliando os horizontes dos alunos de música de nossa escola que agora, além de optar em tocar na banda, podem integrar também a equipe do coral ou da orquestra. Neste momento nasce a Sociedade Musical Santa Cecília: Coral, Orquestra, Banda e Escola de Música; todos os grupos homônimos. Diante da grande demanda de cursos diferentes e números de alunos e ensaios, o prefeito em exercício Adalberto Rodrigues da Fonseca autorizou a contratação de mais um professor de Música: Messias de Sousa Trindade, sendo eleito presidente em 2007.
           
Os irmãos Lucas e Messias se dividiam nos esforços e trabalhos da Sociedade Musical; sempre um trabalho claro e com metas objetivas, conseguiram um grande apoio da prefeitura sob o auxílio da Secretaria de Cultura, uma subvenção anual, que iriam receber em 2007 e nos anos seguintes.
            
                Missa Solene na Igreja Matriz  em honra a Santa Cecilia - novembro de 2008.